Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB) é um partido político brasileiro. Foi fundado em 25 de junho
de 1988 por importantes figuras do cenário político brasileiro, como o
ex-presidente (à época senador) Fernando Henrique Cardoso. Seu símbolo é um
tucano nas cores azul e amarela e, por esta razão, seus membros são chamados de
"tucanos", seu código eleitoral é o numero 45.
O PSDB foi fundado em Tocos do Moji no ano de 1996, através de um acordo entre as lideranças do PMDB e PFL, partido do então Governador Eduardo Azeredo e do Deputado José Militão, sendo eleito o Sr. Antonio Rodrigues da Silva como Presidente.
Em 2010, o partido teve 5
indicados pela Revista Época como os brasileiros mais influentes do ano. Os
indicados pela revista foram o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o
ex-governador de São Paulo José Serra, o senador eleito Aécio Neves, o
governador eleito de São Paulo Geraldo Alckmin e Antônio Anastasia, governador
eleito de Minas Gerais.
Fundação
Em 25 de junho de 1988 um
grupo de dissidentes do PMDB capitaneados por pessoas de São Paulo e Minas
Gerais levou a termo sua insatisfação com o governo Sarney, que haveria
"de se constituir no primeiro da Nova República para se fazer o último da
Velha República". Tal disparidade se acentuou durante a Assembleia
Nacional Constituinte, onde os membros do partido votaram pelos quatro anos de
mandato para o Presidente da República apesar de a tese dos cinco anos ter
prevalecido, capitaneada pela maioria da bancada do PMDB e de políticos
conservadores agrupados no "Centrão", liderados pelo deputado Roberto
Cardoso Alves, grupo suprapartidário formado em fins de 1987. Entre os
fundadores do novo partido estavam José Richa, Franco Montoro, José Serra,
Mário Covas, Carlos Antônio Costa Brandão, Humberto Costa Brandão, Carmelito
Barbosa Alves, Waldyr Alceu Trigo e Fernando Henrique Cardoso, escudados por
Sérgio Motta, Magalhães Teixeira e Geraldo Alckmin. Fora de São Paulo o novo
partido arregimentou Pimenta da Veiga, Eduardo Azeredo, José Richa, Artur da
Távola, Célio de Castro, Afonso Arinos, Chagas Rodrigues, Almir Gabriel,
Teotônio Vilela Filho, Aécio Neves, Arthur Virgílio e Maria de Lourdes Abadia.
Posteriormente outros políticos, como Tasso Jereissati e Ciro Gomes, migrariam
para o partido.
Segundo levantamento feito
pela Editora Três via enciclopédia Brasil 500 Anos, a bancada inaugural do PSDB
no Congresso Nacional possuía nove senadores e trinta e nove deputados
federais, representando dezesseis estados e o Distrito Federal. Destes, onze
eram paulistas, porém a maior representação per capita era a de Alagoas, com
quatro nomes numa bancada de onze membros contra os 63 oriundos de São Paulo.
Para corroborar tais assertivas basta dizer que dois dos três senadores
paulistas e três dos oito deputados federais alagoanos participaram da fundação
do PSDB, inclusive Renan Calheiros.
Com este núcleo partidário,
o PSDB foi formado pela confluência de diferentes pensamentos políticos
contemporâneos: dos trabalhistas, adotou a primazia do trabalho sobre o
capital; a ética, a solidariedade e a participação comunitária foram
assimiladas dos pensadores católicos personalistas, e das ações políticas dos
líderes europeus do pós-guerra. Trouxe do socialismo sua vertente democrática e
do comunismo a luta dos trabalhadores por direitos iguais, inclusive no voto, e
inclui ainda o combate ao totalitarismo de esquerda e direita.
Programa
O PSDB é um partido político
brasileiro cujos militantes e simpatizantes geralmente se classificam como de
centro-esquerda. De fato, muitos analistas classificam o partido como sendo de
centro-esquerda. Diversos críticos e intelectuais de esquerda, no entanto, por
considerarem que o partido em relação a determinados pontos adota posturas
liberais, citam-no como sendo centrista, ou até mesmo de centro-direita. A
terceira via de Anthony Giddens é também uma das ideologias assumidas pelo partido.
No entanto, Fernando
Henrique Cardoso, seu principal líder, era participante ativo de estudos nos
grupos marxistas. Ainda nos anos 1950, um grupo de jovens professores e
estudantes decidiu se reunir para ler O capital, de Karl Marx. Esse grupo, de
que faziam parte FHC, Octavio Ianni, Ruth Cardoso, Roberto Schwarz, Michael
Lowy e outros, teve um papel decisivo na discussão dos projetos de pesquisa da
nova geração. O principal professor de FHC foi Florestan Fernandes.[13] José Serra,
ex-governador de São Paulo, foi líder da União Nacional dos Estudantes (UNE)
durante o regime militar e perseguido pelo mesmo. Tentou fazer parte da
diretoria do grêmio da Escola Politécnica e, para ser admitido na chapa, teve
que mostrar que era contra as multinacionais e a favor da Revolução Cubana. Em
fins de 1962 Serra foi um dos fundadores da Ação Popular (AP). Participou de
congressos em vários locais fora de seu estado, como presidente da UEE-SP,
tornando-se conhecido, o que veio a facilitar sua eleição para presidente da
União Nacional dos Estudantes (UNE), em julho de 1963, como candidato da Ação
Popular, tendo ainda o apoio do Partido Comunista Brasileiro. Consumado o golpe
militar, Serra escondeu-se por alguns dias na casa de amigos, sem contato nem
mesmo com a família, até encontrar refúgio na embaixada da Bolívia, onde
permaneceu por três meses. Retornou clandestinamente ao Brasil em março de
1965, quando os integrantes da Ação Popular tentavam reorganizar a entidade, já
na clandestinidade e com muitos líderes exilados ou perseguidos. Escondido na
casa de Beatriz Segall foi convencido a não comparecer a uma reunião em São
Paulo, enfim descoberta pela polícia, que deteve todos os participantes,
levando-os para o DOPS permaneceu no país alguns meses, mas teve que deixá-lo
novamente.
Radicou-se no Chile, onde
conheceu outros exilados. Decretado o golpe liderado por Augusto Pinochet, em
setembro de 1973, Serra ajudou a transportar vários perseguidos à embaixada do
Panamá. Foi preso no aeroporto quando tentava deixar o país com a família,
sendo levado ao Estádio Nacional, onde muitos foram torturados e mortos. Um
major que o libertou foi posteriormente fuzilado. Serra refugiou-se na
embaixada da Itália (conseguindo chegar até lá com a ajuda de Paulo Renato
Souza, que o escondeu no porta-malas de seu carro), ficando na embaixada por
oito meses, rumando depois para os Estados Unidos.
O PSDB foi criado
originalmente com o objetivo de representar a social democracia no Brasil.
Entre as principais propostas originais do partido encontram-se o enxugamento
da máquina, a instituição do parlamentarismo no plano político e uma economia
de mercado regulada pelo Estado, com participação mais livre das empresas
privadas e de investidores internacionais. Tem status de observador na
Organização Democrata Cristã da América (ODCA).
Alterações políticas
significativas no cenário mundial, como exemplo a Queda do Muro de Berlim, tornaram a
distinção entre esquerda e direita mais complicada. No Brasil, a dificuldade de
se distinguir a posição do partido no espectro ideológico ficou maior no
passado recente do país. As controvérsias em torno do uso dos termos
"esquerda" e "direita" aumentaram, especialmente após um
dos então principais partidos de esquerda do Brasil, o Partido dos
Trabalhadores (PT), ter passado a adotar algumas políticas mais neoliberais.
Dentro desse contexto, em 2003, entrevistado pelo jornal do PSDB, Fernando
Henrique Cardoso, presidente de honra do partido, afirmou que,
independentemente da posição assumida pelo PT, a posição do PSDB deveria
permanecer a mesma. FHC afirmou que do ponto de vista ideológico o partido não
poderia ceder, permanecendo onde estava, continuando com a sua linha "de
centro-esquerda ou centro olhando para a esquerda".
Em documento elaborado em
1990, o presidente de honra do partido discorre sobre a social democracia,
afirmando:
Os pontos principais do
programa do PSDB são:
1 ) Defesa intransigente da
Democracia
2 ) Descentralização
Política e Administrativa
3 ) Estado a serviço do povo
e não de grupos privilegiados
4 ) Crescimento econômico
sustentável com distribuição de renda e educação de qualidade para todos
5 ) Reforma Política que
fortaleça os partidos e aproxime o parlamentar de seus eleitores.
Eleições
e mandatos presidenciais
Eleições municipais de 1988
Apesar de recém-constituído
e ainda com organização provisória, o PSDB participou das eleições municipais
de 15 de novembro de 1988, disputando com candidatos próprios e conseguindo
vitórias importantes como em Minas Gerais, onde conquistou as prefeituras de
Belo Horizonte com Pimenta da Veiga, e de Contagem, com Ademir Lucas Gomes,
além de mais cinco prefeituras nesse estado. Ao todo, o PSDB elegeu dezoito
prefeitos, sendo sete em Minas Gerais, cinco em São Paulo, três no Espírito
Santo, um no Mato Grosso do Sul, um em Pernambuco e um no Amazonas Elegeu,
nesses mesmos estados, cerca de 215 vereadores.
Eleição presidencial de 1989
O PSDB disputou o primeiro
turno da eleição presidencial de 15 de novembro de 1989, tendo o senador Mário
Covas, seu candidato, conquistado o quarto lugar, num total de 22 candidatos,
obtendo 11,52% dos votos válidos, correspondente a 7 790 392 votos, quando o
segundo colocado, Luís Inácio Lula da Silva, obteve pouco mais de 11 milhões.
No segundo turno, o partido apoiou a candidatura de Lula contra Fernando Collor
de Melo.
Eleição presidencial de 1994
A caminhada vitoriosa do
PSDB rumo à Presidência da República em 1994, segundo o livro A História Real,
teria começado bem antes da campanha presidencial propriamente dita. As
alianças feitas e desmanchadas anteriormente teriam sido, segundo os autores do
livro, essenciais para o sucesso tucano.
Apesar de toda a rixa que
existe atualmente entre PT e PSDB, esses partidos formaram muitas alianças
antes da campanha de 1994, quando se separaram definitivamente.
O plebiscito de 21 de abril
mostrou ao País, cinco anos após a Constituinte de 88 que o previra, uma
histórica decisão: monarquia ou república, parlamentarismo ou presidencialismo.
A eleição, que poderia ter sido a mais importante foi palanque da batalha que
uniu presidencialistas ao grupo do próprio Lula, que, de parlamentarista,
silenciou-se.
O dia-chave para o PSDB e
para Fernando Henrique virarem o jogo da eleição de 1994, que parecia certa
para Lula, foi 21 de maio de 1993. Com Itamar Franco assumindo a presidência da
república após o impeachment de Collor, houve uma coalizão da maioria dos
partidos no congresso para dar apoio ao novo presidente. PMDB, PT, PFL e PSDB,
os maiores partidos, acenaram apoio. Posteriormente o PT desistiu, sendo esse
conflito o motivo do desligamento de Luiza Erundina do partido, pois ela havia
sido nomeada ministra. Nesse contexto, FHC, então senador, foi nomeado ministro
das Relações Exteriores. Com oito meses do novo governo, Fernando Henrique
assumiu o Ministério da Fazenda, montou uma equipe composta por, entre outros,
Edmar Bacha, Pérsio Arida e André Lara Resende, e implantou o Plano Real.
O Plano Real, elaborado
principalmente por Edmar Bacha, começou a tomar feições nítidas com a aprovação
pelo Congresso Nacional do "fundo social de emergência", que daria ao
governo liberdade para dispor de 15% a 20% de todo o orçamento da União, às
custas da previdência social e de um aumento do imposto de renda sobre a classe
média e as empresas. A equipe da Fazenda teria, então, possibilidade de manejar
melhor o plano. O fundo de emergência também foi o estopim da aliança PSDB-PFL.
Para obter a aprovação do fundo, o PSDB precisou do apoio maciço do PFL, que
aquiesceu.
A URV (Unidade de Real
Valor) convertia os preços em uma nova unidade que substituiria a moeda então
vigente, o cruzeiro real, por uma nova moeda logo depois, o real. Era a senha
para acostumar o povo a um novo mundo, antes de chegar a moeda de fato e
vencer, após mais de vinte anos, a cultura inflacionária do brasileiro.
Forjou-se a aliança
definitiva entre PSDB e PFL, apesar do estranhamento inicial. O PSDB baiano,
inimigo à época do PFL do mesmo estado, recusou-se a integrar a união, como
também ocorreu no Maranhão. Outras rusgas surgiram, mas a aliança manteve-se
coesa, apesar de tudo. Inicialmente, o PSDB tentou camuflar a aliança, dando o
tom de liderança na chapa, mas a ajuda do PFL foi indispensável para a vitória
nas eleições. O PFL detinha um imenso curral eleitoral no Nordeste, o que
impulsionou a vitória.
Eleições Municipais de 1996
O Partido da Social
Democracia Brasileira venceu em São Bernardo do Campo, considerado berço e
reduto petista, com Maurício Soares. Ao todo, conquistou 926 prefeituras e
elegeu 5 761 vereadores, comprovando enorme crescimento e estabelendo-se
definitivamente como um dos maiores partidos do Brasil.
Mandatos presidenciais
Governo FHC
Fernando Henrique Cardoso
conquistou a Presidência da República, e foi presidente por dois mandatos (de
1995 a 1999 e de 1999 a 2003), havendo, no meio de seu primeiro mandato,
apoiado a mudança constitucional que permitia a reeleição para ocupantes de
cargos executivos, inclusive ele próprio e todos os governadores em exercício.
Nesse período, alguns parlamentares que haviam se mantido no PMDB, ou mesmo em
outros partidos, mas que haviam sido do antigo MDB ou se encaixavam no perfil
socialdemocrata entraram no partido, como os deputados Alberto Goldman e
Aloysio Nunes Ferreira Filho.
Ao longo do mandato
presidencial tucano, o crescimento da economia brasileira foi de 2,3% ao ano.
Ocorreram inúmeras privatizações que precederam a modernização de diversos
setores antes controlados pelo Estado, como as telecomunicações. No governo FHC
foi atingido o fim da hiperinflação (que antes de seu governo chegou a ter
períodos com 6 000% ao ano), obtendo-se assim a estabilidade monetária. Houve a
criação de programas sociais pioneiros, como a Bolsa-Escola, o Auxílio Gás e o
Bolsa-Alimentação (posteriormente juntados em um só programa, o Bolsa-Família,
pelo governo Lula), além do início da reforma do Estado, com a implantação, por
exemplo, do Ministério da Defesa, da Advocacia-Geral da União e da Controladoria
Geral da União. A implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal foi um marco na
regulação do uso de verbas públicas em todos os níveis administrativos do país.
Eleições gerais de 2002
Nas eleições presidenciais
de 2002, o candidato do partido, José Serra, perdeu para Luiz Inácio Lula da
Silva, do Partido dos Trabalhadores. Lula teve 61,27% dos votos e Serra,
38,73%.
Nas eleições estaduais, o
PSDB conseguiu manter relativa força, ganhando o governo de importantes estados
como São Paulo (terceiro mandato consecutivo), com Geraldo Alckmin, Goiás, com
Marconi Perillo, e Minas Gerais, com Aécio Neves.
Eleições gerais de 2006
Nas eleições presidenciais
de 2006, o candidato do partido, Geraldo Alckmin, obteve 41,5% dos votos
válidos no primeiro turno e foi para o segundo turno com o candidato do PT,
Luiz Inácio Lula da Silva, quando este obteve 61% dos votos válidos, sendo
reeleito. O ex-prefeito de São Paulo José Serra foi vencedor na disputa do
governo do estado pelo partido já no primeiro turno, consolidando um domínio da
legenda em São Paulo que completaria, ao fim de seu mandato, dezesseis anos de
poder.
O PSDB saiu da eleição
brasileira de 2006 com 66 deputados e quatorze senadores no Congresso Nacional,
além de seis governadores. São eles: José Serra (São Paulo), Aécio Neves (Minas
Gerais), Yeda Crusius (Rio Grande do Sul), Teotônio Vilela Filho (Alagoas),
Cássio Cunha Lima (Paraíba) e José de Anchieta Júnior (Roraima), sendo que o
último assumiu o governo após a morte do governador Ottomar Pinto, em 2007. O
PSDB, o PPS e o PFL (atual DEM) decidiram continuar sendo oposição ao Governo
Lula no atual mandato. O governador Cássio Cunha Lima teve seu mandato cassado
pelo TSE em 2009, e em seu lugar assumiu o segundo mais votado, o governador
José Maranhão, do PMDB.
Eleições municipais de 2008
Assim como em 2004, o PSDB
saiu das eleições municipais com a segunda maior votação proporcional em todo o
Brasil (a primeira foi do PMDB) elegendo no total, 790 prefeitos (786 no
primeiro turno e 4 no segundo) e 5897 vereadores.
Eleições gerais de 2010
O candidato do PSDB na
eleição presidencial de 2010 foi novamente José Serra. Ele perdeu no segundo
turno para a candidata do PT Dilma Rousseff, Serra obteve quase 44% dos votos,
enquanto Dilma obteve pouco mais de 56%. Embora não tenha vencido a eleição
presidencial de 2010, o PSDB foi o partido que mais elegeu governadores, 8, e
vai governar mais de 47% da população, considerando os estados governados pelo
partido.
Em São Paulo, o partido
conquistou 20 anos de governo, com a eleição em 2010 de Geraldo Alckmin.
O partido formou em 2011 a
terceira maior bancada na Câmara com 53 deputados federais e a terceira maior
no Senado com 11 eleitos, sendo o candidato Aloysio Nunes eleito Senador por
São Paulo com 11 milhões de votos, a maior votação da história para o senado.
Aloysio também será o
primeiro senador tucano eleito por São Paulo em 16 anos.
Críticas
e controvérsias
Política supostamente
neoliberal
Embora primariamente
social-democrata, o PSDB é tido como neoliberal desde seus primórdios, mesmo
tendo diferentes facções internas no partido, como a social-democracia,
liberais progressistas, conservadores e democratas cristãos. Esse fato tornou-se
cada vez mais notório com o passar do governo de Fernando Henrique Cardoso, que
realizou várias privatizações, uma das características do neoliberalismo.
Ranking da corrupção
Com base em dados divulgados
pelo Tribunal Superior Eleitoral, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral
divulgou um balanço, em 4 de outubro de 2007, com os partidos com maior número
de parlamentares cassados por corrupção eleitoral desde o ano 2000. O PSDB
apareceu em terceiro lugar na lista, com 58 cassações, atrás apenas do DEM e do
PMDB.
Denúncias de corrupção em
gestões do partido
No início da gestão de
Fernando Henrique Cardoso na presidência do Brasil, denúncias de corrupção e
tráfico de influências em um contrato de 1,4 bilhão de reais para a criação do
Sistema de Vigilância da Amazônia levaram à instalação de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito na Câmara dos Deputados. As denúncias foram feitas
pela revista IstoÉ em 1995, por meio de transcrição do áudio de fitas gravadas
pela polícia federal com conversas telefônicas entre o empresário José Afonso
Assumpção, dono da Líder Táxi Aéreo, representante da empresa norte-americana
Raytheon no Brasil, e o embaixador Júlio César Gomes dos Santos, então
coordenador de apoio e de cerimonial da Presidência da República. Como
resultado, Francisco Graziano, secretário-particular de FHC, Mauro Gandra,
ministro da Aeronáutica e o embaixador Santos foram exonerados. A CPI,
entretanto, foi esvaziada e não conduziu nenhuma investigação sobre as
empresas, sob a alegação de que o Ministério Público e o Tribunal de Contas da
União já tinham feito esse trabalho.
Em agosto de 1995, após a
eclosão da crise dos bancos Econômico, Mercantil e Comercial, o governo FHC
destinou, por meio do PROER (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao
Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) 29 bilhões de reais a sete
instituições financeiras privadas. A Câmara dos Deputados instalou uma CPI para
investigar as relações entre o Banco Central do Brasil e o Sistema Financeiro Nacional.
A comissão, entretanto, limitou-se a justificar o socorro aos bancos, sem
apurar as denúncias de irregularidades.
Em novembro de 1996 o
Tribunal de Contas da União constatou a existência de irregularidades
praticadas pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) no
pagamento de precatórios e ações em andamento, tais como extravio de processos
e a realização de acordo extrajudicial pagos sem aprovação em juízo, além de
valores remunerados superiores aos valores apresentados pelo DNER. Os prejuízos
para a União ultrapassaram o valor de 120 milhões de reais. O governo federal
decidiu extinguir o órgão em seguida.
Em 1997 gravações
telefônicas colocaram sob forte suspeita a aprovação da emenda constitucional
que permitiu a reeleição de FHC. Nas fitas, os deputados Ronivon Santiago e
João Maia (ex-PFL) confessavam ter embolsado duzentos mil reais cada um para
votar a favor da emenda e afirmando que a
fonte monetária era o ministro Sérgio Motta. Os deputados renunciaram ao
mandato e foram expulsos do partido, mas a base governista conseguiu impedir a
instalação de uma CPI para investigar a compra de votos.
Em 1999, após a
desvalorização do real e a mudança da política cambial, o governo federal foi
acusado de favorecer, por meio do Banco Central, os bancos Marka (de
propriedade de Salvatore Cacciola) e FonteCidam (Luís Antônio Gonçalves),
supostamente vinculados a lideranças do partido, em operações cambiais. Segundo
reportagem publicada pela Istoé, o então Ministro da Fazenda, Pedro Malan,
sabia com antecedência dos riscos de crise sistêmica das alterações na política
cambial. Mesmo aconselhado pela área técnica do Banco Central a simplesmente
fechar os bancos e pagar os credores com as garantias da Bolsa e os bens dos
dois banqueiros, Malan preferiu poupar o patrimônio de Cacciola e Gonçalves, ao
custo de 1,4 bilhão de reais para os cofres públicos. A proposta de criação de
CPI foi arquivada graças à pressão da base governista.
O secretário-geral de FHC,
Eduardo Jorge Caldas Pereira, foi alvo de diversas denúncias durante a gestão
do PSDB na presidência da república. Envolveu-se no escândalo da construção do
novo edifício do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, por meio do
registro de mais de duzentos telefonemas ligando-o ao juiz Nicolau dos Santos
Neto, coordenador de um esquema de corrupção que desviou mais de 220 milhões de
reais dos cofres públicos, suposta montagem de caixa 2 para a reeleição de FHC,
lobby para empresas de informática, envolvendo contratos com valores na ordem
de 21 milhões de reais.
Em 2001 partidos de oposição
ao PSDB tentaram formalizar a CPI da corrupção, visando a investigar 28
supostos casos de corrupção durante a gestão FHC. O governo, entretanto,
conseguiu barrar a CPI. Na época, o então governador de Minas Gerais, Itamar
Franco, fez a seguinte declaração: "Nunca vi um presidente da República
interferir tanto no Congresso para enterrar uma CPI. Por que ele não quer [a
instalação da CPI da corrupção]? Nunca vi um presidente da República ter tanto
medo." O procurador-geral da república do governo FHC, Geraldo Brindeiro,
foi fartamente criticado por sua inação. De 626 inquéritos criminais que
recebeu, engavetou 242 e arquivou outros 217. Somente sessenta denúncias foram
aceitas. As acusações recaíam sobre 194 deputados, 33 senadores, onze ministros
e quatro sobre o próprio presidente FHC. Por conta disso, Brindeiro recebeu o
jocoso apelido de "engavetador-geral da república".
Em dezembro de 2011 o livro
A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr., acusou a chamada "Era das
Privatizações", promovida pelo governo FHC, por intermédio de seu ministro
do Planejamento, José Serra, de uma "verdadeira pirataria praticada com o
dinheiro público em benefício de fortunas privadas, por meio das chamadas
'offshores', empresas de fachada do Caribe".
Atualidade
Pode-se ainda argumentar que
atualmente o PSDB disputa com o Partido dos Trabalhadores a hegemonia política
no Brasil. Os partidos políticos restantes, independentemente de seu tamanho,
geralmente subordinam suas ações políticas nacionais aos movimentos desses dois
partidos. O PSDB do Município de São Paulo iniciou em Abril de 2011 um
movimento em favor do sistema eleitoral para cargos no legislativo pelo Voto
Distrital. Os Diretórios Zonais organizaram um abaixo assinado em apoio ao
Projeto de Lei no Senado PLS 145/2011 de autoria do Senador Aloysio Nunes, que
propõe a eleição de vereadores em cidades com mais de 200.000 habitantes pelo
voto majoritário em Distritos com aproximadamente o mesmo número de eleitores.
Cada Partido indica 1 candidato e o mais votado em dois turnos, elege-se como
vereador daquele Distrito.
Principais
membros
- Fernando Henrique Cardoso
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Henrique_Cardoso
- Mário Covas
- http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Covas
- José Serra
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Serra
- Geraldo Alckmin
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Geraldo_Alckmin
- Aécio Neves
- http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A9cio_Neves
- Antônio Anastasia
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Anastasia
- Sérgio Guerra
- http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rgio_Guerra
- Arthur Virgílio Neto
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_Virg%C3%ADlio_Neto
- Alvaro Dias
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Alvaro_Dias
- André Franco Montoro
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Andr%C3%A9_Franco_Montoro
- Tasso Jereissati
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Tasso_Jereissati
- José Aníbal
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_An%C3%ADbal
- Teotônio Vilela Filho
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Teot%C3%B4nio_Vilela_Filho
- Aloysio Nunes
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Aloysio_Nunes
- Marconi Perillo
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Marconi_Perillo
- Silvio Mendes
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Silvio_Mendes
- Yeda Crusius
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Yeda_Crusius
- Eduardo Azeredo
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Azeredo
- Cássio Cunha Lima
- http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1ssio_Cunha_Lima
- Leonel Pavan
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Leonel_Pavan
- Paulo Bauer
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Bauer
- Antônio Imbassahy
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Imbassahy
- Beto Richa
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Beto_Richa
- Simão Jatene
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Sim%C3%A3o_Jatene
- Siqueira Campos
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Siqueira_Campos_(pol%C3%ADtico)
- Wilson Santos
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Wilson_Santos
- Maria de Lourdes Abadia
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_de_Lourdes_Abadia
Identidade
visual
Os filiados ao PSDB são
conhecidos como "tucanos", pois o partido adotou a ave como símbolo.
Isto se deu em uma das reuniões preparatórias da formação do PSDB, em Brasília,
em abril de 1988, quando a representação de Minas Gerais propôs que houvesse um
símbolo para simplificar a identificação do partido e para facilitar sua
comunicação com a população, sugerindo um tucano. Após acalorada discussão, a
proposta foi aprovada, pela evidência das razões apresentadas. A figura do
tucano tem três importantes significações:
O tucano de peito amarelo
lembra a cor da campanha Diretas-já, movimento de que participaram vários de
seus fundadores; O tucano é um dos símbolos do movimento ecológico e da defesa
do meio ambiente, em voga nas décadas de 1980 e 1990, o que renderia ao partido
uma boa imagem (de modernidade e ligação com temas importantes contemporâneos)
frente à opinião pública; Trata-se de uma ave "brasileira",
característica importante para indicar a suposta preocupação do partido com a
realidade nacional, ou seja, a de que o partido não entende a social-democracia
como uma "fórmula" pronta para ser aplicado no Brasil, um país com
realidades distintas dos países da Europa, o berço da ideologia
social-democrata. Neste sentido, o tucano procuraria representar o entendimento
de que é preciso formar um programa social-democrático que se encaixe e atenda
às realidades do Brasil.
Artigo Retirado do Site
http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_da_Social_Democracia_Brasileira
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